Aquele rastro que parece fumaça, deixado por aviões em altas altitudes é um fenômeno normal que ocorre em todo o mundo. Apesar de ser uma velha conhecida dos pilotos, desde os voos dos primeiros jatos em meados do meio do século passado, a chamada Esteira de Condensação é muitas vezes confundida com fenômenos de toda ordem.
Normalmente a temperatura externa das aeronaves em voo de cruzeiro é bem baixa. No Brasil, é comum chegar a algo entre -40ºC ou – 50ºC, dependendo da situação sinótica ou da latitude. Ocorre que as turbinas das aeronaves produzem uma descarga de ar quente de mais de 300 graus Cº. Assim, na descarga, esse ar quente em contato com a umidade gelada, resfria-se rapidamente e se condensa.
O resultado, com o movimento do avião, é uma fina nuvem de cristais de gelo, formada pelo congelamento do vapor de água ao redor de pequenas partículas da descarga de ar quente da exaustão das aeronaves. Quando vista da Terra parece um risco no céu. O desenho desse risco é bem semelhante a um tipo de nuvem de altitudes elevadas chamada cirros que, neste caso, dependendo do posicionamento do Sol, poderá variar de cor.
Em outras palavras, trata-se de um fenômeno originado pela diferença de temperatura do ar quente, na exaustão da turbina, com o ar úmido e gelado da altitude de um voo de cruzeiro. Esse fenômeno tem nome: esteira ou trilha de condensação. Ou ainda, como é conhecido em inglês: Contrail (Condensed + Trail).
Daniel Marinho/ Jornalista
Fonte:https://www.decea.gov.br/blog/